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De que lado você acha que a imprensa está?
Por Rogério Alves
Publicado em 25/07/2025 05:00
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Como princípio básico, a missão de um jornal é informar. O que talvez poucos saibam é que o editorial — texto sem assinatura que expressa uma posição institucional do veículo — é usado para opinar sobre temas de grande importância.

Nos últimos dias, esse espaço foi utilizado por dois dos maiores jornais do país para criticar as decisões do ministro Alexandre de Moraes.

Estadão: “Moraes cometeu um abuso

O Estadão condenou a proibição do ex-presidente de dar entrevistas. Para o jornal, isso configura censura prévia e reforça a percepção de que o STF age por motivações políticas.

O editorial lembrou que, em 2019, Lula foi autorizado a dar entrevistas mesmo preso por corrupção. Por outro lado, o texto afirma que as ações do ministro do STF dão “munições” para o “vitimismo bolsonarista”.

O Globo: “Decisão de Moraes é extravagante

Apesar de, nas palavras do O Globo, reconhecer os riscos que Bolsonaro representa — como a tentativa de obstrução de Justiça e sendo um “notório manipulador” —, o jornal afirma que “a imprensa deve ser livre e não pode trabalhar sob cerceamento.

Para o editorial, impedir entrevistas fere direitos fundamentais e “nega à sociedade informações a que ela tem direito”. De certa forma, o jornal também aproveita para defender o seu produto, que são as notícias e a informação.

Tanto Estadão quanto O Globo deixam claro não se tratar de uma defesa a Bolsonaro, mas de uma crítica aos excessos do STF — indicando uma mudança de postura por parte da imprensa brasileira em relação ao Judiciário.

O debate ainda está longe do fim

A discussão vai além da conversa do seu almoço de trabalho. Atuais e ex-integrantes do Supremo têm criticado decisões de Moraes, como é o caso do ministro Marco Aurélio, que criticou o período de “extravagância” da instituiçãoAinda vai dar o que falar…

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